E o Vento Levou
Comecei o livro e de cara percebi que muito além de Scarlett e Rhett, em E o Vento Levou desenrolava-se uma aula de história linda de se acompanhar.
Confesso que meu coração palpitava quando aparecia em cena os dois grandes nomes da história e seus rostos tinha a imagem de Vivien Leigh e Clark Gable. Cresci assistindo o filme e quando criança mesmo sem entender muito bem o que significava, meu amor por cinema já me fazia sentir o tamanho daquela obra. A força dos dois personagens, assim como na película, exala nas páginas. As indicações ao Oscar foram incrivelmente merecidas. Scartett e Rhett do filme (e Mammy, claro), são os do livro. E a trilha sonoro... Ah!... Constantemente enquanto lia, podia jurar escutar a orquestra de Tara’s Theme.
Mas como dito, o livro vai muito além do que o filme significou na história do cinema. As páginas trazem uma visão do lado perdedor na guerra civil americana. Continuo achando que a luta foi válida, não há nada no mundo que justifique escravizar um ser vivo. Mas o livro traz uma visão dos males da guerra e mostra como o ser humano pode ser ruim, independente de que “lado” está.
Margaret Mitchell escreveu sobre a visão das pessoas quando pensavam no porque defender a escravidão (entendo que uma visão um tanto romanceada, mas ainda assim válida). A escritora nos descreve bem a frase de Paulo Freire, quando ele diz: Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.
A honestidade com que Mitchell descreve Scarlett é pulsante. Ela não é uma mocinha. Scarlet O’Hora é cruel, egoísta, vazia. Mas sabe aquela história de, se a vida te der limões faça uma caipirinha? Pois bem, Scarlett lutou com as armas que dispunha, em mundo também cruel, egoísta e vazio. E ainda machista... Ah! A forma como a autora descreve o mundo e o pensamento acerca das mulheres, é de dar “nos nervos”.
Enfim, o livro vai para para a estante dos preferidos. Ele é inspirador. Magnífico. Um espetáculo. AMEI!
“Penso nisso amanha, em Tara. Vou aguentar então. Amanha vou pensar em algum modo de te-lo de volta. Afinal, amanha é outro dia.” – Scarlett O’Hora
Autor: Margaret Mitchell
Editora: BestBolso
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