A Abadia de Northanger

Entendo este livro com duas perspectivas. De um lado a crítica a uma sociedade um tanto vazia e de outro, a forma que Jane Austen usa para desenvolver suas opiniões que foi o de criar histórias com temas românticos.

A Abadia de Northanger conta a história de Catherine Morland, que vai para passar uma temporada fora da casa dos pais, em Bath e conhece algumas pessoas, entre elas Henry e Eleanor Tilney, irmãos que a levam a conhecer sua casa que é a Abadia do título. Catherine está apaixonada por Henry a história se desenrola com o envolvimento dos dois.

Assim como em outros livros de Austin o ambiente e as descrições são de um romantismo intenso, sendo, para quem gosta do estilo, uma delícia de leitura. Porem, não sendo a finalidade do livro (sentido no decorrer da história), a ocorrência do romance fofinho é só o pano de fundo, os desfechos do caso de amor são rápidos, sem delongas e sem uma finalização do viveram felizes para sempre, considerada satisfatória. Isso por que o foco do livro é descrever a sociedade, os costumes burgueses e machistas. É nessa análise que mora a outra perspectiva do livro. Jane Austen abusa do deboche. Ele usa de uma proximidade com leitor, conversando diversas vezes conosco e explicando quão simplória era a sua heroína. Usa o tema do romance do ambiente gótico para zombar desse estilo frívolo da sociedade.

Os personagens seguem parâmetros divergentes entre si. Isabella Thorpe, inconsequente, egoísta. Para seu oposto, Eleanor Tilney, discreta, culta. John Thorpe, rude, inconveniente e seu oposto temos Henry Tilney, inteligente e bondoso. Jane usa dessas personalidades para expor a diferenças entres as índoles de cada um e mais uma vez nos faz pensar o que faz de uma pessoa ser melhor ou pior.
Um livro com uma profundidade bem maior do que aparenta. Jane Austen, que foi uma mulher a frente do seu tempo, nos proporciona com esse livro, um prazer imenso lendo o romance, e uma intensa análise sobre tudo que ela apresenta. Vale a pena, claro!

“Você concorda que o homem tem a vantagem da escolha e a mulher apenas o poder da recuso.” (Eca!)

Autora: Jane Austen
Editora: Landmark

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